Levantamento concluído na sexta-feira pela Rede Técnica Cooperativa (RTC) junto às 21 cooperativas associadas em todo o Rio Grande do Sul aponta que apenas 18,5% dos cerca de 4 milhões de hectares de soja previstos para serem plantados nesta safra já foram semeados. O atraso em relação a períodos de tempo firme é grande, mas apesar da possibilidade de queda no rendimento, a expectativa ainda é de uma colheita animadora.
“Acreditamos em uma safra boa, que poderia ser melhor, caso a semeadura estivesse mais avançada. Há risco, também, de comprometimento das sementes já plantadas. Umidade em excesso podem levar a uma queda na população de plantas por hectare e replantio de algumas áreas”, analisa o gerente de Pesquisa da RTC, Geomar Mateus Corassa. Com base nas informações colhidas, a RTC orienta os produtores associados a concentrar a atenção nas condições de solo para semeadura e aguardar um período mais seco, com melhor plantabilidade. “É preciso ter calma e cautela, para alcançar o estabelecimento adequado da cultura”, avisa.
Dos 250 hectares destinados ao cultivo de soja nesta safra pelo agrônomo Renato Kowalczuk em São Luiz Gonzaga, nas Missões, apenas 20% já foram semeados. O excesso de chuvas sobre a região nos últimos meses dificulta o trabalho nas lavouras, que em outros tempos já estariam com pelo menos 50% plantadas.
Associado à Coopatrigo, com sede no mesmo município, ele ainda mantém o otimismo quanto à expectativa de colher uma boa safra, mas já sabe que em algumas porções de sua propriedade o excesso de umidade vem colocando em risco o rendimento projetado. “As plantas semeadas no dia 8 de novembro emergiram bem, mas há alagamento em algumas áreas. E ali, com certeza, teremos pelo menos 5% de perda”, observa Kowalczuk.
O produtor, porém, segue acreditando na atividade. “Com ajuda do clima, os agricultores vão dar a volta nesta crise, como sempre fazem. Ainda mais depois de anos frustrados com duas secas no verão e uma safra com excesso chuva no inverno, em sequência. Da porteira para dentro, tenta-se fazer o melhor possível”.
Nos 16 municípios da área de abrangência da Coopatrigo, o percentual plantado é ainda menor. São 520 mil hectares projetados pelos associados para o cultivo da commodity. Mas apenas 15% das terras já receberam sementes no solo.
“Desde 1o de setembro, foram 1.425 milímetros de precipitação somente em São Luiz Gonzaga, e 2.163 milímetros desde o início de 2023. Um volume bastante acima do normal para a região, que é de 1.700 milímetros por ano. Já visualizamos problemas por conta do excesso de umidade”, avalia o gerente técnico da cooperativa, Bento Jacó Büttenbender. A expectativa dos produtores da região antes de iniciarem o plantio era de obter produtividade média de até 60 sacas de 60 quilos por hectare. Mas, diante do impacto do El Niño, Büttenbender acredita que se alcançarem média de 50 sacas, já será um bom resultado.
“Já existe preocupação com a qualidade do plantio, porque a janela de semeadura será mais curta, e isso ameaça o rendimento. Dependendo do ciclo das variedades das sementes adquiridas pelos produtores, a produtividade não será plena”, finaliza.
Fonte: Jornal do Comércio
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